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sábado, 10 de novembro de 2012

A Chapeuzinho Vermelho Atualizada

 A Rebelde Chapeuzinho Vermelho

             Era uma vez uma bela moça, chamada chapeuzinho. Sua família era simples, mas sua avó materna tinha muito dinheiro. Chapeuzinho era uma adolescente rebelde, pois não aceitava que sua avó negasse roupas, joias e coisas que ela pedia. Como seus pais não se interessavam muito pela filha, ela começava cada vez mais se revoltar. 
             Um dia, sua avó que gostava de ir a bailes da terceira idade, teve uma parada cardíaca, devido a sua avançada idade. Ao parar no hospital, era preciso de algum acompanhante, mas sua filha e seu genro estavam trabalhando. Então a mãe de chapeuzinho mandou-a a cuidar da avó. 
             Quando ela chegou, se deparou com um lindo e atencioso enfermeiro, que levou um susto ao vê-la, pois seu estilo era desagradável. Chapeuzinho foi ate a cama da avó e perguntou por que estava tão pálida e logo pensou que os remédios não estavam mais fazendo efeito. O enfermeiro que era responsável pela avó estava presente quase todos os dias, fazendo que ele se interessasse pela moça.
          Mesmo com a piora da avó chapeuzinho não mudava, e ao ouvir a declaração apaixonada, do enfermeiro o ignorou. Muito decepcionado, ele não desistia de ficar com ela, que nunca dava ouvidos para o que o enfermeiro falava. Um certo dia ele chegou no quarto e anunciou para chapeuzinho que sua avo tinha poucos dias de vida, a menina que não dava atenção para sua avó, começou a ficar triste, pois no fundo do seu coração ela amava  a avo. 
            Os dias se passaram, e a avo de chapeuzinho veio a falecer. Entristecida, ela se deparou com a solidão, que era acalmada pelo sentimento bondoso do enfermeiro. Um longo tempo após o falecimento da avó chapeuzinho mudou seu jeito, ela foi motivada pelo enfermeiro que estava ao seu lado sempre lhe dando conselhos e incentivos. 
                Mesmo sendo ignorante e rebelde, ela percebeu que o amor é capaz de mudar uma vida, e valorizar o homem que não desistiu dela. Apesar de perder a avó sem se desculpar, ela aprendeu a lição e acabou arrependida para sempre.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Você chega. Eu fico nervoso, transpiro, meus óculos embaçam. Não fosse isso eu ficaria enxergando você o tempo todo. Larga suas coisas na mesa e senta no mesmo posto da classe. Algumas áreas de mim querem conhecer algumas áreas de você. Por sua causa eu tirei zero na última prova de cálculo, sabia? Certo, a culpa foi minha, mas você tem muito a ver com isso. Você e seu rabo-de-cavalo deixando a orelha exposta. Se eu tivesse coragem, falaria com você. Mas confiança é um arranha-céu que você leva mil dias para construir e que um avião desgovernado pode implodir em apenas um minuto. Eu demorei vinte e poucos anos pra ser quem eu sou, não vou deixar você me destruir assim do nada. Um dia eu entro atrasado por aquela porta, mando o professor barrigudo calar essa boca, me apoio na sua classe e digo seco, sem mais nem menos, apenas que você é gostosa. Você é gostosa, ouviu sua imbecil? Tão gostosa que me irrita. Tão gostosa que me dá vontade de chorar. Tão gostosa que eu fico rabiscando suas formas na pontinha do meu caderno. Tudo em você me excita. Seus olhos, sua mania de coçar a omoplata nua com uma caneta Bic, quando você espia o sol pelas janelas da sala de aula, distraída da matéria no quadro-negro. Seu corpo deve ter gosto de pêra. Pelo que pude sentir à distância, você tem o melhor cheiro do mundo, a indústria devia captar sua essência e usar em algum cosmético. Quando penso em você eu penso em casamento, em cárcere privado, em você se masturbando para mim enquanto cozinho um feijão pra mais tarde. Mas não vou fazer nada, aliás continuarei nunca falando contigo. Você deve ser arrogante, fútil, chata e preocupada com as marcas das roupas, embora você não pareça nenhum outdoor como as outras garotas da sala. Mas eu gosto de pensar assim, que você é uma vaca. Uma vaca sagrada, talvez? Tudo bem, vamos dizer que exista um pequeno percentual, quem sabe, de você ser gente boa, carente, amável e ajudar senhorinhas cegas a atravessar a rua. Mas isso não aumenta minhas chances, só dizimam qualquer intenção. Às vezes, eu fico listando mentalmente todas as partes de você. Todas, das mais desprotegidas às mais sombrias. Fico interpretando suas curvas por baixo do vestido. Não há nada que eu possa não gostar. É incrível. Me pego te colocando defeitos, mas nem seus peitos sucintos eu consigo deixar de querer. Você tem os tornozelos mais sensuais de toda a ala de Ciências Exatas dessa faculdade idiota. Adoro sua cintura, as sardas no seu ombro, os aneis da sua mão pequena de dedos longos, aqueles cabelos repicados descendo pelas têmporas, suas sobrancelhas indianas. Sabe o que eu faria se, por um fenômeno anti-darwiniano, eu te levasse pra cama? Eu morderia sua nuca enquanto pego você de quatro, após te chupar dos pés ao queixo, claro, mas isso é demasiado óbvio, é meio que protocolar. O que você nem imagina é que eu seria capaz de sabotar nossa camisinha e dar o golpe da barriga em você. Juro. Um filho me ligando em você pra sempre não seria de todo mal. Ok, parei. Preciso me concentrar na aula. Então, S=10-3t é igual a? Sexo com você, sexo com você, SEXO COM VOCÊ! Ó, deus, eu preciso de um tratamento, talvez já exista uma pomada que eu possa passar na minha região pélvica gritando que isso é amor e bloquear essas reflexões pecaminosas, que só vão me levar ao outro extremo do campus para um banho de água fria num dos vestiários da Educação Física. Ok, vou pensar em coisas desestimulantes. Pisar em merda de cão. Minha mãe gritando ao telefone. Natal. Dor de dente. Cadeira de dentista. Eu e você numa cadeira de dentista. Você vestida de estudante de odontologia por cima de mim, desabotoando minha camisa, falando barbaridades com hálito de menta. Não deu certo, vamos de novo. Acidente de trem. Uma personal trainer gorda. Amônia. O bigode do Belchior após comer sopa. “Medo de Avião” no repeat tocando num quarto escuro e eu preso e amordaçado numa cadeira. Eu e você numa cadeira de avião. Você segurando pela primeira vez a minha mão. E eu com a minha outra mão livre dentro do seu zíper. E aí você sussurrando no meu ouvido, para encontrá-la no banheiro em vinte segundos. Nós cheios de risinhos tentando trepar no cubículo, você dizendo que deveria ter vindo de saia, e uma comissária de bordo sexualmente estressada socando a porta. Droga. Acho que estou gostando de você. Ou comi alguma coisa estragada. Bate a sineta do intervalo e você vai atrás de um pão de queijo. Agora seria o momento perfeito pra tomar bravura e perguntar o que você faz, de onde vem e quais seus planos de carreira, começando por esta noite no meu apartamento. Mas a ereção involuntária me deixou de castigo, e com essa calça jeans meio apertada é que eu não vou a lugar nenhum." Gabito Nunes.